No próximo dia 15 de dezembro, às 19h, será inaugurado o Museu Janete Costa de Arte Popular, em Niterói-RJ. Dois sobrados geminados e com fachadas tipicamente neoclássicas foram desapropriados pela prefeitura municipal para abrigar esse novo espaço que presta uma grande homenagem a arquiteta pernambucana. A exposição de abertura, Janete Costa, um olhar, tem curadoria do também arquiteto e filho de Janete Costa, Mário Costa Santos, há anos radicado no Rio de Janeiro.

A mostra tem como objetivo fazer uma síntese da arte popular brasileira. Para isso, o curador teve que trabalhar com um extenso universo que expressa toda a riqueza cultural do Brasil. Em cada região, há tradições, vocações, valores, matéria-prima e características próprias, e os artistas locais espelham e desenham as condições econômicas e culturais dessas áreas. “Sou filho da Janete, e, como tanta gente, com ela aprendi muito sobre a vida e sobre a arte. Na hora de decidir o que expor na primeira mostra de um museu dedicado a ela, a emoção acabou por comandar o critério de seleção. Escolhi peças de artistas e de mestres com os quais minha mãe tinha relação direta ou indiretamente, tanto nas pesquisas que fez durante sua vida profissional quanto na relação pessoal com a arte e o artesanato populares que teve na infância no lugar onde nasceu, no interior de Pernambuco”, conta Mário.

A maioria das 140 obras expostas faz parte da coleção de Vilma Eid, proprietária da Galeria Estação (SP), que faz um trabalho importantíssimo de exposição de arte popular. A própria Janete Costa fez várias curadorias usando peças dessa coleção, que ela considerava de extrema relevância. Além disso, há obras cedidas pelo Museu Histórico e de Arte do Estado do Rio de Janeiro, Coleção Janete Costa, e algumas do acervo pessoal do curador. “Não tive a pretensão de fazer grandes analogias de ordem cronológica ou regional, nem de materiais. O que busquei foi destacar a qualidade artística e estética comprometida com aspectos socioculturais, com a expressão de valores que fazem jus à riqueza da cultura popular brasileira”, explica.

Quem visitar o museu poderá conferir peças expressivas e famosas, moldadas no barro pelas mãos do mestre Vitalino; a força das carrancas torneadas pela pernambucana Ana das Carrancas, de Petrolina; a simplicidade orgânica da madeira esculpida pelo GTO, que talhava a própria história em rodas vivas, repletas de equilíbrio formal entre cheios e vazados; a africanidade das esculturas do baiano Agnaldo; as representações de felinos e da fauna brasileira feita, a partir de troncos, por Manoel Marinheira; as cerâmicas de Adalton, que mistura uma grande variedade de técnicas e materiais; e, ainda, obras de Aurelino dos Santos, o arquiteto de formas, cores e paisagens com referências variadas, pintadas em duas dimensões. “Um passeio pelo Brasil e sua diversidade, uma explosão criativa exposta num labirinto de obras de arte, onde cada peça surpreende e revela regionalidade, expressando cultura e brasilidade”, define o curador.

Sobre Janete Costa
Janete, Pernambucana de Garanhuns, Cursou arquitetura na Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ, começou sua vida profissional em Niterói com um escritório onde fazia projetos de arquitetura e design de interiores e duas lojas de móveis e design de vanguarda.

Desde pequena, Brincava com bonecas e brinquedos populares comprados em feiras do nordeste. Quanto mais a Janete conhecia e aprendia sobre artes e arquitetura global, mas se interessava pelas suas raízes culturais e populares. Quanto mais viajava e conhecia sobre outras culturas, mais valorizava nossa arte brasileira divulgando e trazendo o Brasil para dentro da casa brasileira.

Falar de Janete é falar de arte popular. Falar de Janete é falar da busca permanente da inclusão social dos artesãos e artistas populares em todo Brasil. Niterói foi testemunha desta trajetória brilhante que fez escola em todo Brasil e deixou em Niterói sua marca na memória local deixando várias obras residenciais e participações em obras públicas como no Solar do Jambeiro e Restauro e revitalização da Igreja de São Francisco Xavier um exemplo importante de arquitetura colonial brasileira e etc.

Serviço:

  • Um museu em homenagem a Janete Costa
  • Abertura 15 de dezembro, às 19h
  • Visitação:16 de dezembro 2012 a 31 de março de 2013
  • Horário: 13h às 18h.
  • Museu Janete Costa de Arte Popular
  • Rua Presidente Domiciano, 178 -182.
  • Ingá, Niterói-RJ
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