Ex-professores, alunos e moradores do Fonseca defendem tombamento do Colégio Brasil. Medida pode ser pontapé inicial para primeiro aparelho público de cultura da zona Norte de Niterói.
Ocorrido na Câmara Municipal, o debate sobre a destinação do Colégio Brasil, localizado no Fonseca, o imóvel – desativado desde 1985 – não está tombado. O diálogo entre os moradores, a família Brasil, ex-alunos e professores da instituição decidiram pelo tombamento deste que é um dos patrimônios históricos de Niterói. Dentre as reivindicações dos debatedores, estava a da segurança interna e dos arredores do colégio. Levantou-se a possibilidade de uma ampla reforma que estruture o prédio, tornando-o um equipamento cultural permanente para a cidade. O próximo passo será uma visita ao espaço e uma audiência pública para debater o tema com mais profundidade.
Autor de indicações legislativas que criam aparelhos públicos de cultura permanentes na zona Norte e na região Oceânica, o presidente da Comissão de Cultura, Comunicação e Patrimônio Histórico da Câmara Municipal, vereador Leonardo Giordano (PT), destacou a importância do encontro, ressaltando que a mobilização política, no sentido de se estabelecer o primeiro equipamento perene de cultura da zona Norte. “Historicamente, os moradores da zona Sul e Centro têm acesso a equipamentos culturais. Precisamos avançar neste debate e democratizar o acesso à cultura a todos os moradores de Niterói” – ressaltou Leonardo.
Na II Conferência de Cultura de Niterói, foi deliberado o encaminhamento para tombamento e destinação do espaço para um Museu Afro Brasileiro no local. Família e moradores do Fonseca, além de professores e alunos do colégio, lutam por uma destinação merecida e de importância para a instituição, que faz parte da história e da memória da cidade.
Sobre o Colégio Brasil
Fundado no município de Itaocara (RJ), em 1902, pelo médico e escritor, João Pereira da Silva, o Colégio Brasil foi transferido para o bairro do Fonseca, em Niterói, na década de 1920. Àquela época, funcionou inicialmente como um externato para rapazes e, 10 anos após, para moças, até deixar de funcionar, já como colégio misto, em 1985. Conhecido também como o palacete de Constantino Pereira de Barros, o barão de São João de Icaraí, que herdou o colégio do médico Francisco da Fonseca Diniz – além de outras terras do território do Fonseca, como o Horto, a penitenciária e o próprio Colégio Brasil, onde fixou residência, em 1858.
Localizado na Alameda São Boaventura, no Colégio Brasil estudaram personalidades como o cantor Roberto Carlos, o músico Sérgio Mendes, as cantoras Marília Medalha e Teresa Tinoco, o Maestro Eduardo Lajes, o diretor de televisão Moacyr Deriquém e o cineasta Walter Lima Junior.
Os vereadores Emanuel Rocha (PDT), Paulo Eduardo Gomes (PSOL), Paulo Henrique (PPS), além de representantes dos mandatos de Verônica Lima (PT), Renatinho do PSOL e da Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia também estiveram presentes no debate.