Arte indígena no Museu Janete Costa  Para celebrar o Dia do Índio, o Museu Janete Costa de Arte Popular vai receber, a partir de 16 de abril, às 17h, uma exposição de arte indígena composta por duas montagens: “Artes Indígenas e etnodesign: vontade de beleza” e “Poética Karajá: arte Iny”.

As mostras integradas contam com cerca de uma centena de peças etnológicas do acervo do Museu do Índio – FUNAI, que este ano incluirá o Museu Janete Costa como parceiro nas comemorações do “Dia do Índio”, comemorado em 19 de abril, promovendo assim uma programação compartilhada entre os dois espaços.

A abertura da exposição, no próximo dia 16/04, contará ainda com apresentações de grupos indígenas (performances e danças) e com a montagem de um painel do acervo digital do Museu do Índio, com parte dos resultados do Projeto de Documentação das Línguas e Culturas Indígenas do Brasil (MI-FUNAI), com exibição de filmes e acesso a terminais multimídia, visando difundir as artes e os conhecimentos tradicionais de nossos povos originais.

Para o diretor do Museu Janete Costa, o professor Wallace de Deus, a exposição sobre a arte indígena comemora também o quase 1 ano de curadoria do museu, que contemplou neste período as três matrizes da cultura popular brasileira. “Começamos, ano passado, pela tradição ibérica, com os Santos; depois, trouxemos a cultura afro, através da capoeira; e agora chegamos a matriz indígena”, destaca Wallace.

Sobre as exposições…

ARTES INDÍGENAS e ETNODESIGN: “vontade de beleza”

Darcy Ribeiro, em um texto célebre, certa vez atribuiu às artes indígenas um traço comum, uma marca característica: a “vontade de beleza”. Segundo ele, nas diversas culturas indígenas do território brasileiro, os objetos de uso comum, aqueles com fins claramente utilitários, são sempre acrescidos de um detalhe artístico, um adereço, uma sobreposição de formas. Em suas próprias palavras: “qualquer arco comum de caça ou peneira de mandioca são muito mais belos e perfeitos do que seria necessário para cumprir suas funções de uso”.

Conciliando – antes, e mesmo depois, da Escola de Bauhaus – arte e função; contemplação e uso, os povos indígenas desenvolveram um modo de expressão material que já foi definido por especialistas como “etnodesign”; um modo particular de produção, que cria objetos perfeitos para o uso, mas revestidos de uma indefectível “vontade de beleza”.

Poética Karajá: arte In?

Os In?, também conhecidos como Karajás, são indígenas brasileiros, que vivem imemorialmente às margens do Rio Araguaia, principalmente na ilha do Bananal, e cercanias, nas divisas entre os estados do Mato Grosso, Pará e Tocantins. Somam, atualmente, uma população de cerca de 3.500 pessoas, distribuídas em 18 aldeias. A língua karajá, do tronco linguístico Macro-Jê, é falada na maioria das aldeias por todas as gerações.

Apesar do contato frequente com a sociedade, há mais de dois séculos, os In? têm, de forma admirável, conseguido preservar suas heranças e tradições culturais. Alegria e disposição lúdica são traços inerentes ao ethos in?, que se convertem em energia e entusiasmo, investidos nos preparativos e celebrações de suas festas e ritos. Para essas ocasiões, belos adornos e indumentárias, além de objetos cerimoniais, são confeccionados para produzirem beleza, prazer estético e orgulho étnico.

Serviço:

  • Exposições: “Artes Indígenas e etnodesign: vontade de beleza” e “Poética Karajá: arte Iny”
  • Local: Museu Janete Costa de Arte Popular
  • Endereço: Rua Presidente Domiciano, 178-182, Boa Viagem, Niterói-RJ
  • Abertura: 16 de abril, quarta-feira, às 17h
  • Data: De 16 de abril a 15 de julho de 2014
  • Horário de visitação: De terça a domingo, das 10h às 18h
  • Entrada franca
  • Informações: (21) 2705-3929
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