Morador da cidade, o jornalista, publicitário e quadrinista Pedro de Luna, convida para o lançamento da quarta edição do seu livro, “Niterói rock underground (1990-2010)”, que acontece no dia 25 de setembro, na Livraria Icaraí (Rua Miguel de Frias 9, Niterói).
Chamado de indie, alternativo ou underground, o certo é que o movimento marcou o cenário musical dos anos 1990, com reflexos nos fanzines, na moda, nos festivais e na prática do skate, entre outros campos culturais. Pedro de Luna teve participação ativa dessa história contada no livro Niterói Rock Underground (1990-2010).
Sobre Pedro de Luna
Foi como estagiário da extinta Rádio Fluminense FM que Pedro de Luna caiu de cabeça na cena independente. Quase ao mesmo tempo, ingressou no curso de Comunicação da UFF, onde produziu seus primeiros shows e festas. Editou fanzine, empresariou bandas, produziu eventos e viajou para praticamente todos os festivais do país, sempre levantando a bandeira niteroiense. Era como uma missão, eu queria colocar Nikiti no mapa nacional. Escrevia dezenas de cartas por semana, panfletava, ia para os shows sempre divulgando o município e os seus artistas, relembra o autor, que até hoje mantém ativa sua caixa postal na agência Moreira César.
Pedro de Luna consumiu dois anos para preparar o livro, com mais de 300 imagens garimpadas em seu acervo pessoal. Abrir cada pasta no fundo do baú e a partir dali fui organizando tudo cronologicamente, conta. Depois realizei entrevistas com pessoas essenciais e conferir algumas informações através da internet e trocando e-mails.
Um pouco de história – O autor explica que a profissionalização da cena rock underground começou no Brasil no início dos anos 1990, com o surgimento da chamada cena independente. No ano em que a MTV se instalou no país e o presidente Collor abriu o mercado para a entrada de instrumentos e equipamentos de som importados, uma movimentação tomou conta dos jovens.
Logo, bandas começaram a divulgar suas músicas em fitas demo em cassete ou vinil, e os fanzines desempenhavam o papel de mídia especializada. Selos e gravadoras independentes surgiam, assim como os festivais: o Juntatribo (Campinas, 1993) foi o primeiro, seguido pelo Super Demo, BHRIF, Abril Pro Rock e Humaitá Pra Peixe. A troca de informações acontecia a todo vapor, através de cartas, num sistema que se retroalimentava, quase que num mundo paralelo, o tal underground.
A revolução aconteceu no campo sociológico, político, estético, econômico e, claro, tecnológico. Da fita cassete, LP, VHS, fotocópia, fotografia em papel e o fax para o mp3 e o telefone celular, foi um longo caminho. E no meio dele não tinha uma pedra, e sim o fax, a popularização do computador pessoal com impressora, o CD, o DVD e o vídeo laser.
Nas duas décadas seguintes, Pedro continuou divulgando o rock de Niterói, concluiu um MBA em Gestão Cultural e criou o coletivo Arariboia Rock. No último feriado esteve no festival Porão do Rock, em Brasília, e em outubro vai ao festival MADA, em Natal, carregando na bagagem o seu livro e os CDs das bandas de cá. Tudo em nome do rock niteroiense.
Blog do livro: www.niteroirockunderground.blogspot.com
Niterói rock underground (1990-2010)
Autor: Pedro de Luna
R$ 50,00
Pág. 224