O Teatro Municipal de Niterói recebe nos dias 14, 15 e 16 de novembro, o Niterói Blues & Jazz Festival. O melhor do jazz instrumental do Brasil será apresentado no palco do teatro, com Yamandu Costa, Leo Gandelman e Hamilton de Holanda.
Yamandu Costa
Violonista e compositor nascido em Passo Fundo em 1980, Yamandu começou a estudar violão aos 7 anos de idade com o pai, Algacir Costa, líder do grupo “Os Fronteiriços” e aprimorou-se com Lúcio Yanel, virtuoso argentino radicado no Brasil. Até os 15 anos, sua única escola musical era a música folclórica do Sul do Brasil, Argentina e Uruguai. Depois de ouvir Radamés Gnatalli, ele começou a procurar por outros brasileiros, tais como Baden Powell, Tom Jobim, Raphael Rabello entre outros. Aos 17 anos apresentou-se pela primeira vez em São Paulo no Circuito Cultural Banco do Brasil, produzido pelo Estúdio Tom Brasil, e a partir daí passou a ser reconhecido como músico revelação do violão brasileiro. Um dos maiores fenômenos da música brasileira de todos os tempos, o jovem Yamandu confirma e merece todos os elogios que recebe quando toca seu violão. Sozinho no palco, é capaz de levantar em êxtase platéias das mais especializadas e de emocionar o grande publico aos mais apurados ouvidos. Suas interpretações performáticas conseguem remodelar cada música que ele toca e revela uma profunda intimidade com seu instrumento. Todo reconhecimento que recebe é apenas um reflexo do que ele leva ao seu público, recriando a magia da música em seu toque, passando pelo seu corpo e transformando-se quase milagrosamente. Yamandu toca de choro a música clássica brasileira, mas também é um gaúcho cheio de milongas, tangos, zambas e chamamés. Um violonista e compositor que não se enquadra em nenhuma corrente musical ele é uma mistura de todos os estilos e cria interpretações de rara personalidade no seu violão de 7 cordas. Yamandu faz jus ao significado de seu belo nome “o precursor das águas”.
Considerado um dos maiores talentos do violão brasileiro, Yamandu Costa é uma referência mundial na interpretação da nossa música, a qual domina e recria a cada performance, inclusive em suas composições. Quem o vê no palco percebe seu incrível envolvimento, sua paixão pelo instrumento e pela arte. Sua criatividade musical se desenvolve livremente sobre uma técnica absolutamente aprimorada, explorando todas as possibilidades do violão de 7 cordas, renovando antigos temas e apresentando composições próprias de intenso brilho, numa performance sempre apaixonada e contagiante.
Revelando uma profunda intimidade com seu instrumento e com uma linguagem musical sem fronteiras, percorreu os mais importantes palcos do Brasil e do mundo, participando de grandes festivais e encontros, vencedor dos mais relevantes prêmios da musica brasileira. Em 2010, o CD Luz da Aurora com Hamilton de Holanda foi indicado para o Grammy Latino.
Em 2012 ganhou em Cuba o Prêmio Internacional Cubadisco pelo CD Mafuá e uma Menção do Prêmio ALBA pelo CD Lida.
Em 2018, foi vencedor do Prêmio da Música Brasileira nas categorias Melhor Álbum Instrumental e Melhor Solista, com o álbum Quebranto, com o violonista Alessandro Penezzi e gravou com o mesmo violonista o programa especial Sounds of Brazil para a TV NHK, do Japão. Recebeu duas indicações ao Grammy Latino, de Melhor Álbum Instrumental, com o disco Recanto (Bagual), e, ao lado de Renato Borghetti, e Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa, com Borghetti/Yamandu (Estação Filmes).
Leo Gandelman
Um artista múltiplo, compositor, arranjador. Instrumentista versátil que vai do pop à música clássica com a mesma desenvoltura. Leo escreveu uma bela página na história da MPB, participando de gravações antológicas de praticamente todos os grandes nomes da música brasileira. Foram participações em mais de 1000 discos.
Seu álbum “Solar” foi um marco na história da música brasileira, indicado para cinco categorias do Prêmio Sharp (atual “Prêmio da Música”): disco, música, arranjo, instrumentista e produtor. Com Solar, chegou a vender mais de 100 mil cópias, volume extraordinário para uma obra instrumental no Brasil, o que tornou Leo um artista pop. Com mais de 500 mil discos vendidos até hoje e 30 anos de carreira solo, Leo Gandelman é hoje um dos mais influentes músicos brasileiros, um ícone da nossa boa música.
Hamilton de Holanda Trio
O Hamilton de Holanda Trio é o resultado da mistura de três memórias musicais. Hamilton de Holanda (bandolim 10 cordas), Guto Wirtti (contrabaixo) e Thiago da Serrinha (percussão) consolidaram uma peculiar mescla de raízes, frutos e vivências em uma identidade marcante. Eles trazem diferentes referências, mas apresentam uma forte intimidade no linguajar musical, seguindo a ideia presente em diversos discos de Hamilton: moderno é tradição. Mostrando seu entrosamento na ponta dos dedos, lançaram três álbuns que abarcam o mundo em seu abraço musical.
A busca por uma sonoridade intimista e densa, levou o grupo a gravar o disco “Trio” (Brasilianos), lançado em 2013. O repertório e os arranjos assimilam peculiaridades das diferentes regiões do país e do mundo, fazendo uma mistura essencialmente brasileira. De norte à Sul, o álbum dialoga com todos. Com interpretações emblemáticas, ele apresenta um fox-fado, afro-sambas, caprichos e muito mais, o que evidencia a força e versatilidade do grupo. “Trio” ganhou o 26º Prêmio da Música Brasileira na categoria “melhor instrumental: solista” e foi indicado ao Grammy Latino na categoria “melhor álbum instrumental”.
Três anos depois, esse encontro rendeu “Samba de Chico” (Brasilianos / Biscoito Fino), segundo disco do trio, que levou o Grammy Latino na categoria de melhor álbum instrumental e uma indicação na categoria de melhor engenharia de gravação. Ele é uma celebração aos 100 anos do samba e uma homenagem à obra de Chico Buarque, na qual o trio passeia por canções célebres como “Morena de Angola”, “A Banda”, “Samba do Grande Amor” e Roda Viva” e traz interpretações ímpares. Além disso, o disco contou com as participações do pianista italiano Stefano Bollani nas faixas “Vai trabalhar vagabundo” e “Piano na Mangueira”, da cantora catalã Silvia Perez Cruz que canta “O meu amor” e “Atrás da porta” e do homenageado, que canta “A volta do malandro” e “Vai trabalhar vagabundo”.
Hamilton de Holanda faz ressoar pelos seus dedos as influências de vários mestres. Talvez um dos artistas mais especiais, significativos e marcantes na sua musicalidade seja Jacob do Bandolim, que conquistou como poucos a excelência na performance de um instrumento. Se estivesse vivo, teria completado 100 anos de idade em 2018. A celebração de seu centenário, assim como a de sua obra, foi a inspiração para o terceiro disco do Trio: “Jacob 10ZZ” (Brasilianos / DECK). O nome do álbum faz referência ao bandolim de 10 cordas do Hamilton, e ao parentesco entre o Choro e o Jazz.
A formação instrumental que reúne bandolim de 10 cordas, contrabaixo acústico (Guto Wirtti) e percussão (Thiago da Serrinha) tem sido uma escolha constante nos últimos trabalhos de Hamilton. Nessa formação, o bandolim tem todo o espaço para criar, não só em termos melódicos, mas na rítmica dos acompanhamentos e em intrincadas “rearmonizações”, deixando ainda o contrabaixo e a percussão com muito terreno para evoluir.
As releituras produzidas pelo trio são resultado de uma incessante busca pela beleza sentimental e pela espontaneidade. Guto Wirtti, de família musical, é referência no contrabaixo brasileiro. Acompanha Hamilton desde longa data, com quem construiu uma simbiose. Já Thiago da Serrinha, criado nos morros cariocas, carrega no nome e no sangue a tradição do jongo da serrinha, manifestação cultural associada à cultura africana no Brasil e que influiu poderosamente na formação do samba carioca.
SERVIÇO
Datas: 14/11 – qui – Yamandu Costa
15/11 – sex – Leo Gandelman
16/11 – sáb – Hamilton de Holanda
Horário: 20h
Duração: 90 min
Classificação etária: Livre
Ingresso: R$ 60,00
Local: Teatro Municipal de Niterói
Endereço: Rua XV de Novembro, 35, Centro, Niterói
Tel: 2620-1624