Palestra de Dionilce Silva de Faria no RotaryO Rotary Club de Niterói Norte convida a todos para a palestra sobre o Novo Acordo Ortográfico que acontecerá no dia 08 de novembro de 2016, terça-feira, às 20h, na Casa da Amizade, Rua Murilo Portugal, 1130, no bairro Charitas, em Niterói. Tel. (21) 2610-2442.

Sobre Dionilce Silva de Faria

Dionilce Silva de Faria é filóloga, pesquisadora e revisora de textos para a mídia, poetisa e declamadora, além de autora dos livros como “É fácil aprender Português”, “160 dicas gramaticais”, “Língua Portuguesa”, “Vocabulário de Palavras Hifenizadas e Pluralizadas – Segundo as novas regras do acordo ortográfico da Língua Portuguesa”, “Colhendo Morangos, “O Amor Faz Milagres.”, “O fluir das Trovas”, “Buscando a Felicidade”, entre outros.

Sobre a palestra: Obrigatoriedade no uso das regras do novo acordo ortográfico

A partir de 1º de janeiro de 2016, as regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa são obrigatórias no Brasil. Em uso desde 2009, mudanças como o fim do trema e novas regras para o uso do hífen e de acentos diferenciais agora são oficiais com a entrada em vigor do acordo. O tão chamado período de transição proporcionou tempo suficiente para assimilação das regras do novo acordo.

Relembrando as regras do novo acordo:

1 – Alfabeto – Passou a ter 26 letras com a inclusão do k, w e y. Essas letras serão usadas em: símbolos, nomes próprios, palavras estrangeiras e seus derivados. Ex.: km, Kardec, kardecista, Franklin, frankliniano, watt , Wagner, wagneriano, Darwin, darwinismo, Byron, byroniano, Taylor, taylorista, etc.

2- Acentos

a) Circunflexo
Não será mais usado nas terceiras pessoas do plural dos verbos dar, crer, ler, ver e derivados que se escreverão deem, creem, leem, veem, descreem, releem, etc.
As palavras terminadas no hiato “oo” perderão o acento.  Ex.: abençoo, coo, enjoo, perdoo, voo, povoo, etc.

b) Agudo
Não serão mais acentuados os ditongos “ei “e “oi” das palavras paroxítonas. Ex.: jiboia, heroica, joia, ideia, assembleia, etc.
Os monossílabos tônicos e os oxítonos terminados nestes ditongos continuarão com acento. Ex.: rói, fiéis, papéis, Niterói, etc.
O ditongo aberto tônico “eu” permanece acentuado em todos os vocábulos. Ex.: céu, chapéu, fogaréu, etc.
As palavras paroxítonas com “i” e “u” tônicos, precedidas de ditongo, perderão o acento. Ex.: feiura, baiuca, boiuna, bocaiuva, cauila, cheiinho, etc.
Não será acentuado o “u” precedido de “g” ou “q” e, antes de “e” ou “i” (gui, gue, que, qui). Ex.: argui, apazigue, oblique, etc.

c) Acento diferencial só permanece na terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do verbo poder (pôde) e no verbo pôr para diferenciar da preposição por.
O acento na palavra forma será facultativo: forma/fôrma. A grafia fôrma com acento gráfico deve ser usada apenas nos casos em que houver ambiguidade, como nos versos do poema “Os sapos” de Manoel Bandeira.
A forma verbal dêmos (1ª pessoa do plural do presente do subjuntivo), para se distinguir da correspondente forma do pretérito perfeito do indicativo (demos).

3) Trema
Não existirá mais, a não ser em nomes próprios e seus derivados. Vale lembrar que a pronúncia continuará a mesma. Ex.: linguiça, cinquenta, sequestro, bilíngue, aguentar, consequente, etc. O trema deverá ser mantido em nomes próprios de origem estrangeira, bem como em seus derivados. Ex.: Müller, mülleriano, Hübner, hübneriano, etc.

4-Hífen (com prefixos)
Usar quando houver igualdade de letras entre o término do prefixo e o início do segundo elemento. Não usar quando houver desigualdade de letras entre o término do prefixo e o início do segundo elemento. Vejamos: Na igualdade, separar: Na desigualdade, juntar: sub-base, superego, ad-digital, anteprojeto, super-rei, extraescolar, micro-ondas, contraordem,, inter-resistente, aeroespacial, hiper-requintado, infrassom
As consoantes “r” e “s” dobram quando se juntam com os prefixos terminados por vogal. Ex.: Antissocial, contrarregras, minissaia, etc.
O prefixo perde o acento ao se juntar com o segundo elemento. Ex.: Heterossexual, socioeconômico, minissaia, videolocadora, etc.
Exceções: Depois dos prefixos: além, aquém, ex, pré, pró, pós,recém, sem, sota, soto, vice, vizo. Ex.: além-mar, aquém-montanha, ex-presidente, pré-datado, pró-africano, pós-graduação, recém-casados, sem-vergonha, sota-mestre, soto-capitão, vice-presidente, vizo-rei, etc.
Depois dos prefixos ab, ad, sob e sub, antes de r. Ex.: ab-rogar, ab-rupto, ad-referenda, ad-renal, ad-rogante, sob-roda, sub-região, sub-reitor, sub-réptil, etc.
Depois dos prefixos circum e pan, quando o segundo elemento começar com vogal, m ,n, b ou p. Ex.:circum-escolar, circum-murado, circum- navegação, pan-americano, pan-mágico, pan-negritude, pan-brasileiro, pan-psiquismo,etc.
Se a palavra seguinte começar com h: Ex.: anti-higiênico, bem-humorado, circum-hospital, extra-hospitalar, infra-hepático, inter-hemisfério,
mal-humorado, proto-histórico, pseudo-herói, ultra-humano, etc.
Depois de bem. Ex.: bem-aventurado, bem-estar, bem-criado, bem-ditoso, bem-dizer, bem-falante, bem-mandado, bem-nascido, bem-vestido, bem-vindo,bem-visto, etc.
Exceções: bendito, benfazejo, benfeitor, benfeitoria benquerer, benquerença, benquerente, benquisto,etc.
Depois de mal, antes de vogal, h ou l. Ex.: mal-afortunado, mal-estar, mal-humorado, mal-limpo, etc.
Mal com significado de “doença” grafa-se com hífen: mal-caduco, “epilepsia”, mal-francês, “sífilis”, desde que não haja elemento de ligação.
Nos topônimos compostos pelas formas grã, grão ou por forma verbal ou, ainda, naqueles ligados por artigo: Grã- Bretanha, Grão-Pará, Abre-Campo, Passa-Quatro, Quebra-Costa, Quebra-Dentes, Traga-Mouros, Trinca-Fortes, Baía de Todos-os-Santos, Entre-os-Rios, etc.
Os topônimos Guiné-Bissau e Timor-Leste são, contudo, exceções consagradas.

Compostos entre cujos elementos há o emprego do apóstrofo: cobra-d’água, mestre-d’armas, mãe-d’água, etc.
Compostos formados com elementos repetidos: blá-blá-blá, lenga-lenga, pingue-pongue, reco-reco, tico-tico,tique-taque,zás-trás, zigue-zague, etc
Para separar sufixo de origem tupi-guarani: açu, guaçu, mirim. Ex.: andá-açu, capim-açu, amoré-guaçu, anajá-mirim, Ceará-mirim, etc.
Em palavras compostas que designam espécies botânicas e zoológicas:
Ex.: abóbora-menina, bênção-de-deus, beija-flor, coco-da-baía, couve-flor, erva-doce, ervilha-de-cheiro, fava-de-santo-inácio, andorinha-do-mar, dente-de-cão, lesma-de-conchinha, feijão-verde, bem-me-quer, bem-te-vi, ervilha-de-cheiro, cobra-capelo, formiga-branca, etc.

Na ênclise, na mesóclise, depois do advérbio “eis” e nas combinações de formas pronominais.
Ex.: amá-la, dá-se, deixa-o, deixar-se, partir-lhe, vende-se, enviá-lo-ei, eis-me, ei-lo, no-lo, etc.
Compostos com as formas verbais manda e para: manda-lua, manda-tudo, para-brisa, para-choque, para-lama.
Exceções: mandachuva, paraquedas que perderam a noção de composição.

Adjetivos gentílicos derivados de topônimos compostos que contenham ou não elementos de ligação: alto-rio-docence, cruzeirense-do-sul, mato-grossense, aurorense-do-tocantins, belo-horizontino, juiz-forano, mato-grossense-do-sul, etc.

Nos encadeamentos vocabulares e combinações: Liberdade-Igualdade-Fraternidade, a ponte Rio-Niterói, o percurso Lisboa-Coimbra-Porto, a ligação
Angola-Moçambique, Angola-Brasil, Tóquio-Rio de Janeiro,etc.
Quando o primeiro elemento estiver representado por forma substantiva, adjetiva, numeral ou verbal. Ex.:afro-luso-brasileiro, amor-perfeito, arco-íris, boa-fé, conta-gotas, finca-pé, guarda-chuva, guarda-noturno, má-fé, médico-cirurgião, porta-aviões, segunda-feira, tio-avô, vaga-lume, verbo-nominal, etc.

Em locuções já consagradas pelo uso: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, pé-de-meia, à-queima-roupa, etc.
Não se emprega mais: Com as palavras “não” e “quase” com função prefixal: não agressão, não fumante, não violência, quase delito, quase domicílio, etc.

Nas ligações da preposição de às formas monossilábicas do presente do indicativo do verbo haver: hei de, hás de, etc.
Com os prefixos “co”, “re”, “pre” e “pro”, mesmo no encontro das vogais iguais. Ex.:cooperar, reescrever, preexistir, proótico, etc.
Perderam o hífen – Faz de conta, um maria vai com as outras, bumba meu boi, tomara que caia, leva e traz, deus me livre, deus nos acuda, cor de burro quando foge, bicho de sete cabeças, dia a dia, à toa, pôr do sol, pôr de sol, tão só, tão somente, etc

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